A PAZ EM ISRAEL — A ABERTURA DO SELO
Dr.
Gustavo Maders de Oliveira
Bacharel
em Teologia, Mestre e Doutor em Missiologia
Introdução
A busca pela paz em Israel é um dos temas mais recorrentes da história contemporânea e, ao mesmo tempo, um dos sinais mais significativos nas profecias bíblicas. Desde a fundação do Estado de Israel em 1948, inúmeras tentativas de acordos de paz têm sido firmadas, mas nenhuma trouxe estabilidade definitiva à região. À luz das Escrituras, essa aparente paz tem um significado escatológico que se relaciona com os selos do Apocalipse, especialmente o primeiro selo, aberto pelo Cordeiro.
1. O Primeiro Selo e a Falsa Paz (Apocalipse 6.1–2)
“E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa; e saiu vitorioso, e para vencer.” (Ap 6.2)
O primeiro cavaleiro do Apocalipse aparece montado em um cavalo branco, símbolo de vitória e paz aparente. Muitos intérpretes, como Charles Ryrie (1999) e John F. Walvoord (1983), entendem que este cavaleiro representa o Anticristo, que surgirá prometendo uma paz mundial, especialmente no Oriente Médio.
Essa paz, no entanto, será ilusória e temporária, preparando o cenário para a abertura dos selos seguintes — guerra, fome e morte (Ap 6.3–8).
2. A Paz de Israel nas Profecias Bíblicas
O profeta Daniel descreve esse acordo de paz como uma aliança firmada com muitos (Dn 9.27):
“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares...”
Essa “semana profética” representa o período da Grande Tribulação, e o tratado de paz simboliza o início desse tempo. O Anticristo se apresentará como o mediador capaz de trazer paz a Israel e às nações vizinhas, mas quebrará essa aliança após três anos e meio, revelando sua verdadeira natureza.
3. O Significado Profético da Paz Falsa
A falsa paz que antecede a Tribulação é um engano espiritual e político, prenunciado por Cristo em Mateus 24.6–8 e por Paulo em 1 Tessalonicenses 5.3:
“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição...”
Assim, a “paz” que o mundo experimentará será o prelúdio do juízo divino — a abertura dos selos representa o início da ira do Cordeiro (Ap 6.16).
4. Israel no Centro do Propósito Escatológico de Deus
Israel permanece como o relógio profético de Deus. Cada movimento político e cada tentativa de paz são, para a escatologia bíblica, indicadores de que a história humana caminha para a consumação.
O verdadeiro Shalom só virá quando o Príncipe da Paz, Jesus Cristo, retornar em glória (Is 9.6; Zc 14.4–9). Até lá, a paz humana continuará sendo um eco distante da promessa divina.
Conclusão
A atual busca pela paz em Israel, embora politicamente necessária, possui um significado espiritual mais profundo. Segundo a revelação bíblica, o primeiro selo do Apocalipse representa essa falsa paz que antecederá o juízo final. A igreja deve, portanto, permanecer vigilante, interpretando os sinais dos tempos com discernimento espiritual.
O verdadeiro cumprimento da paz em Israel não virá através de tratados políticos, mas pela manifestação do Reino de Cristo, quando Ele reinar sobre todas as nações (Ap 21,22).
Referências
A Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada.
RYRIE, Charles C. Teologia Básica ao Alcance de Todos. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.
WALVOORD, John F. Apocalipse: A Revelação de Jesus Cristo. São Paulo: Editora Vida, 1983.
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2003.
PENTECOST, J. Dwight. As Coisas que Hão de Acontecer. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
CHAFFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2001.
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