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Dízimo: Uma Ordenança Para Israel

  DÍZIMO: UMA ORDENANÇA PARA ISRAEL   Dr. Gustavo Maders de Oliveira, Th.B., M.Miss., D.Miss. Este breve artigo trata-se da observância da prática do dízimo no Novo Testamento (Dispenseção da Graça/Igreja). Não é intenção deste autor persuadir o leitor a deixar de dizimar, antes, é uma reflexão teológica e missiológica acerca da ordenança, isto é, da legalidade da cobrança dos dízimos à igreja, da prática de um fragmento da Lei mosaica que foi por Cristo abolida na cruz, conforme bem explicado pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, no capítulo 6. O dízimo não é uma ordenança para a igreja . O líder religioso que assim procede está errando teologicamente, submetendo o seu rebanho a um jugo que não lhe pertence. A prática do dízimo é vista na Bíblia antes da Lei, como nos casos de Gênesis 14:18-20 (dízimo de Abrão, dos despojos de guerra), em Gênesis 28:20-22 (o dízimo de Jacó), e o texto de Hebreus 7:1-4 – do sacerdócio de Jesus a Melquisedeque (an...

Quando virá o fim, de acordo com Mateus 24?

 

QUANDO VIRÁ O FIM, DE ACORDO COM MATEUS 24?


Dr. Gustavo Maders de Oliveira
Bacharel em Teologia, Mestre e Doutor em Missiologia


Em Mateus 24, Jesus responde à pergunta dos discípulos sobre "quando sucederão estas coisas" e "que sinal haverá da tua vinda e do fim dos tempos" (Mt 24.3). Sua resposta abrange vários sinais e eventos, mas Ele não estabelece uma data específica. O capítulo pode ser dividido em três seções principais:

1. Sinais Preliminares (Mt 24.4–14)

Jesus alerta contra falsos cristos, guerras, fomes, pestes e terremotos. No entanto, Ele declara que "ainda não é o fim" (v.6). Esses eventos são chamados de "princípio das dores" (v.8), comparando-os a dores de parto — ou seja, sinais de que algo está para acontecer, mas ainda não é o momento final. Obs: dores de parto porque cada vez ficam mais intensas e frequentes.

“Mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do Reino por todo o mundo... então virá o fim.” (Mt 24.13-14)

Conclusão dessa seção: O fim não virá imediatamente com os sinais, mas somente após a pregação do evangelho a todas as nações. Mesmo com o advento da internet, grande parte das etnias ainda não têm a Bíblia no seu idioma e não há pregação do evangelho da graça por parte de missionários. Em 2025, ainda 30% do mundo é cristianizado. Os outros 70% correspondem ao desafio da igreja contemporãnea (2,4 de 8 bilhões de habitantes no planeta são cristãos).

2. A Grande Tribulação (Mt 24.15–28)

Aqui Jesus menciona a "abominação da desolação" (v.15), uma referência a Daniel, sinal de uma tribulação sem precedentes. Ele aconselha fuga urgente e adverte contra falsos profetas e sinais enganosos.

Essa seção é interpretada de duas formas principais:

  • Historicamente: muitos estudiosos associam esses versículos à destruição de Jerusalém em 70 d.C.

  • Escatologicamente: outros os aplicam a eventos futuros antes da segunda vinda de Cristo (visão futurística).

Qual interpretação você concorda?

3. A Vinda do Filho do Homem (Mt 24.29–31)

Após a tribulação (pós-tribulacionismo), sinais cósmicos ocorrerão, e Cristo virá em glória, visivelmente, com anjos e trombetas para reunir os eleitos. Há também a interpretação pré-tribulacionista, ou seja, Jesus buscará (arrebatará) a Sua igreja antes da tribulação, poupando-a da aflição e sofrimento. Esta posição baseia-se em alguns textos bíblicos. Podemos destacar, por exemplo, Apocalipse 3:10 (Carta à Igreja da Filadélfia). Por fim, existe a interpretação midi-tribulacionista, que sustenta que Jesus voltará em meio à tribulação (Apocalipse 6 e 7).

Pós-tribulacionismo: “Logo em seguida à tribulação daqueles dias... aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem” (v.29-30).
Pré-tribulacionismo: ”Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.“ (Apocalipse 3:10)

4. A Incerteza do Dia e da Hora (Mt 24.32–51)

Jesus usa parábolas para ensinar vigilância. Ele afirma claramente:

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” (v.36)

A exortação final é clara: vigiai, pois o fim virá de forma repentina, como nos dias de Noé.

Conclusão Teológica

De acordo com Mateus 24:

  • O fim não será súbito, mas precedido por sinais e tribulações.

  • Ele virá somente após a evangelização mundial (v.14).

  • O dia e a hora são desconhecidos, por isso Jesus conclama os discípulos à vigilância constante.





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