A Paixão de Cristo
Paixão (do latim tardio passio -onis, derivado de passus, particípio passado de patī «sofrer») é o termo teológico cristão utilizado para descrever os eventos e os sofrimentos — físicos, espirituais e mentais — de Jesus nas horas que antecederam seu julgamento e sua execução. Este evento, a crucifixão de Jesus, é um evento central às crenças cristãs.
As origens etimológicas da palavra estão no verbo grego πάσχω ("sofrer") encontrado em passagens como Mateus 17:12 (e passagens paralelas em Marcos e Lucas - vide Transfiguração de Jesus), e Atos 1:3. O termo latino passio é usado para se referir ao sofrimento mortal de Cristo na Vulgata. O termo volta a aparecer no século II em textos cristãos para descrever precisamente as dores e o sofrimento de Jesus neste contexto. O termo "paixão", que se originou do latim passio, acabou evoluindo para indicar outro significado, mais abrangente.
O termo "Agonia de Jesus" é usado de maneira mais específica, para se referir à Agonia no Jardim, a ação (grego: agon) de Jesus de orar antes de ser preso no Jardim de Getsêmani; de maneira semelhante a "paixão", a palavra "agonia" acabou por evoluir e indicar um determinado estado de espírito.
Os trechos dos quatro Evangelhos que descrevem estes eventos são conhecidos como as "narrativas da Paixão". O "Evangelho de Pedro", apócrifo, também é uma narrativa da Paixão. No calendário litúrgico a Paixão é comemorada na Semana Santa, que se inicia no Domingo de Ramos e termina no Sábado de Aleluia.
Os relatos da Paixão são encontrados nos quatro evangelhos canônicos, Mateus, Marcos, Lucas e João. Três deles, Mateus, Marcos e Lucas, conhecidos como Evangelhos Sinópticos, fornecem relatos semelhantes. O relato do Evangelho de João varia significativamente.
Os estudiosos não concordam sobre quais eventos em torno da morte de Jesus devem ser considerados parte da "narrativa da Paixão" e quais meramente precedem e sucedem a própria narrativa da Paixão. Por exemplo, Puskas e Robbins (2011) iniciam a Paixão após a prisão de Jesus e antes de sua ressurreição, incluindo apenas os julgamentos, a crucificação e a morte de Jesus. Em "Jesus de Nazaré: Semana Santa do Papa Bento XVI" (2011), o termo "Paixão" coincide completamente com a crucificação e morte de Jesus; não inclui eventos anteriores e exclui especificamente o sepultamento e a ressurreição. Outros, como Matson e Richardson (2014), têm uma abordagem mais ampla e consideram a entrada triunfal, a última ceia, o julgamento perante Pilatos, a crucificação, o sepultamento e a Ressurreição coletivamente como constituindo a chamada "Semana da Paixão".
Acontecimentos básicos:
Adotando uma abordagem inclusiva, a "Paixão" pode incluir:
A entrada triunfal em Jerusalém: Jesus entra em Jerusalém, assentado em uma jumenta, e é acolhido pelas multidões com clamores de: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!".[7]
A expulsão dos vendilhões: Neste episódio, Jesus e seus discípulos viajam a Jerusalém para a Pessach (a Páscoa judaica) e lá ele expulsa os cambistas do Templo de Jerusalém (o Templo de Herodes ou "Segundo Templo"), acusando-os de tornar o local sagrado numa cova de ladrões através de suas atividades comerciais. No Evangelho de João, Jesus se refere ao Templo como "casa de meu Pai", clamando para si assim o título de Filho de Deus.
A conspiração contra Jesus pelos sacerdotes judeus do Sinédrio e pelos mestres da lei, agora conhecida como Concílio da Sexta-feira.
A unção de Jesus por uma mulher durante uma refeição alguns dias antes da Páscoa. Jesus diz que por isso ela será sempre lembrada. [8]
A Última Ceia compartilhada por Jesus e seus discípulos em Jerusalém. Jesus dá as instruções finais, prevê sua traição e diz a todos que se lembrem dele.
Jesus prediz a negação de Pedro: no caminho para o Getsêmani, após a refeição, Jesus diz aos discípulos que todos cairão naquela noite. Depois que Pedro protestou que não o faria, Jesus disse a Pedro que este o negaria três vezes, antes que o galo cantasse.
A agonia no jardim: ocorre o sofrimento de Jesus no Getsêmani, onde este ora e se submete a Deus, antes de aceitar seu sacrifício final. Sob enorme tristeza e angústia, diz: «Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice; contudo não se faça a minha vontade, mas sim a tua.» (Lucas 22:42)
A prisão de Jesus: então Judas Iscariotes lidera ou "um destacamento de soldados e alguns oficiais dos principais sacerdotes e fariseus" (acompanhado de acordo com o Evangelho de Lucas pelos principais sacerdotes e anciãos), ou um "grande multidão armada com espadas e clavas, enviada pelos principais sacerdotes e anciãos do povo, " que prende Jesus; todos os seus discípulos fogem. Durante a prisão no Getsêmani, alguém (Pedro de acordo com João) pega uma espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote, Malco.
O julgamento de Jesus no Sinédrio, no palácio do sumo sacerdote, mais tarde naquela noite. A parte que prendeu leva Jesus ao Sinédrio (suprema corte judaica); de acordo com o Evangelho de Lucas, Jesus é espancado por seus guardas judeus antes de seu exame; o tribunal o examina, durante o qual, de acordo com o Evangelho de João, Jesus é golpeado no rosto por um dos oficiais judeus; o tribunal determinar que ele merece morrer. De acordo com o Evangelho de Mateus, o tribunal então "cuspiu em seu rosto e o golpeou com os punhos". Eles então o enviaram a Pôncio Pilatos. De acordo com os evangelhos sinópticos, o sumo sacerdote que examina Jesus é Caifás; em João, Jesus também é interrogado por Anás, sogro de Caifás.
A negação de Pedro no pátio fora do palácio do sumo sacerdote, ao mesmo tempo. Pedro seguiu Jesus e juntou-se à turba que aguardava o destino de Jesus; eles suspeitam que ele é um simpatizante, então Pedro nega repetidamente que conhece Jesus. De repente, o galo canta e Pedro se lembra do que Jesus havia dito.
O julgamento de Jesus por Pilatos, de manhã cedo. Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia, questiona Jesus, mas não consegue encontrar nenhuma falha nele (de acordo com alguns evangelhos, Pilatos declara explicitamente a inocência de Jesus); no entanto, os líderes judeus e a multidão exigem a morte de Jesus; Pilatos dá a eles a escolha de salvar Barrabás, um criminoso, ou salvar Jesus. Em resposta à multidão gritando, após ser incitada pelos líderes locais, Pilatos envia Jesus para ser crucificado.
A Via Crúcis: Jesus e dois outros condenados são forçados a caminhar até o local da execução. De acordo com os Sinópticos, Simão de Cirene é forçado a carregar a cruz de Jesus, enquanto João escreve que Jesus mesmo carregou sua cruz.
A crucificação de Jesus: Jesus e os outros dois condenados são pregados em cruzes no Gólgota, uma colina fora de Jerusalém, no final da manhã até o meio da tarde. Vários ditos de Jesus na cruz são registrados nos evangelhos antes de sua morte.
O Enterro de Jesus: o corpo de Jesus é retirado da cruz e colocado em um túmulo por José de Arimatéia (e Nicodemos segundo João).
A Ressurreição de Jesus: Jesus ressuscitou dos mortos, deixando para trás um túmulo vazio e aparecendo a vários de seus seguidores.
Gustavo Maders de Oliveira - Th
15 de abril de 2022.
Fontes de consulta:
Bíblia King James Atualizada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paix%C3%A3o_(cristianismo)
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